Os sistemas de ventilação de galpões limpos consomem muita energia, principalmente para o ventilador, o sistema de refrigeração para resfriamento e desumidificação no verão, além do aquecimento para climatização e da umidificação a vapor no inverno. Portanto, surge constantemente a questão de se seria possível desligar a ventilação dos galpões durante a noite ou quando não estiverem em uso, a fim de economizar energia.
Não é aconselhável desligar completamente o sistema de ventilação; na verdade, é melhor não fazê-lo. As instalações, as condições de pressão, a microbiologia, tudo ficaria fora de controle durante esse período. Isso tornaria as medidas subsequentes para o restabelecimento da conformidade com as Boas Práticas de Fabricação (BPF) muito complexas, pois seria necessária uma requalificação a cada vez para atingir o estado normal de conformidade com as BPF.
Mas é possível reduzir o desempenho dos sistemas de ventilação (diminuindo o volume de ar através da redução da eficiência do sistema de ventilação), prática já adotada por algumas empresas. Contudo, mesmo nesse caso, é necessário atingir o estado de conformidade com as Boas Práticas de Fabricação (BPF) antes de utilizar novamente a sala limpa, e esse procedimento deve ser validado.
Para isso, devem ser observados os seguintes pontos:
A redução só pode ser realizada até o ponto em que os limites específicos da sala limpa, prescritos para o caso em questão, não sejam violados de forma geral. Esses limites devem ser definidos para cada caso, considerando o estado operacional e o modo de redução, incluindo valores mínimos e máximos permitidos, como a classe da sala limpa (contagem de partículas com tamanho equivalente), valores específicos do produto (temperatura, umidade relativa) e condições de pressão (diferença de pressão entre as salas). Observe que os valores no modo de redução devem ser escolhidos de forma que a instalação atinja o estado de conformidade com as Boas Práticas de Fabricação (BPF) em tempo hábil antes do início da produção (integração de um cronograma). Esse estado depende de diversos parâmetros, como o material de construção e o desempenho do sistema, etc. As condições de pressão devem ser mantidas constantes, o que significa que a inversão do sentido do fluxo não é permitida.
Além disso, recomenda-se, em qualquer caso, a instalação de um sistema independente de monitoramento de salas limpas para monitorar e documentar constantemente os parâmetros específicos da sala limpa mencionados anteriormente. Dessa forma, as condições da área em questão podem ser monitoradas e documentadas a qualquer momento. Em caso de desvios (atingir um limite) e dependendo da situação específica, é possível acessar a tecnologia de medição e controle do sistema de ventilação e realizar os ajustes necessários.
Durante o processo de redução, deve-se atentar para garantir que não haja interferências externas imprevistas, como a entrada de pessoas. Para isso, recomenda-se a instalação de um sistema de controle de acesso adequado. No caso de um sistema de fechadura eletrônica, a autorização de entrada pode ser vinculada ao programa de tempo mencionado anteriormente, bem como ao sistema independente de monitoramento da sala limpa, de modo que a entrada seja autorizada somente mediante o cumprimento dos requisitos predefinidos.
Em princípio, ambos os estados devem ser qualificados primeiro e depois requalificados em intervalos regulares, devendo ser realizadas as medições habituais para o estado operacional normal, como a medição do tempo de recuperação em caso de falha total da instalação. Caso exista um sistema de monitoramento de sala limpa, em princípio não é necessário – como mencionado acima – realizar medições adicionais no início das operações após o modo de redução, se o procedimento for validado. Deve-se dar especial atenção ao procedimento de reinicialização, uma vez que reversões temporárias do sentido do fluxo são possíveis, por exemplo.
Em resumo, é possível economizar cerca de 30% dos custos de energia, dependendo do modo de operação e do modelo de turnos, mas custos adicionais de investimento podem ter que ser compensados.
Data da publicação: 26/09/2025
